quinta-feira, 10 de maio de 2007

Comentários

Pelo seu interesse "posto" um comentário feito ao artigo
" Ota: o maior disparate da História das obras públicas" :

Aqui deixo algumas dicas soltas, sem qualquer preocupação de ordem:
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A opção por fazer um novo aeroporto internacional (se, quando e onde) é, em toda a parte do mundo, uma decisão 100% política. Decidir porque é que se gasta dinheiro numa coisa e não noutra; ou porque é que se vai dar preferência ao desenvolvimento de uma região e não de outra - é política pura e dura, e tem pouco a ver com o facto de o terreno ser mais plano ou mais acidentado.
É mesmo assim, e é para decidir essas coisas que há políticos profissionais (no Governo e na Oposição) a quem pagamos.
Claro que isso não pode bloquear o direito que os contribuintes têm de serem informados sobre algumas opções - e é aí que o Governo se tem "espalhado" ao comprido.
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Este assunto está a deixar de ser uma discussão política (lógica e natural, pelo que atrás se disse) para se transformar numa discussão partidária - quando um partido passa a defender na Oposição o oposto do que defendia no Governo.

A "coisa" está a assumir aspectos de casmurrice e de guerra tonta, do género Benfica-Sporting.
Num assunto como este, isso não pode ser, e espera-se dos políticos um pouco mais de elevação e clareza (de intenções e processos).
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Os que querem o aeroporto na Ota, dizem que há interesses a puxar por outra localização. Os que querem o aeroporto noutra localização, dizem que há interesses a puxar pela Ota.
Mas é mesmo assim, e estranho seria se os possíveis beneficiados por ele não fizessem pressão para o seu lado!
Se isso até sucede com a localização de uma paragem de autocarro - quanto mais com a de um aeroporto internacional!
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Os custos não me preocupam muito, pois o que são 3,5 mil milhões comparados com os 16 ou 17 de fuga ao fisco (números oficiais)?
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Por que razão Mário Lino, só depois de MUITO pressionado é que disponibilizou os estudos na Internet? E como é que se explica que, de vez em quando, se venha a descobrir que foram omitidos estudos que não lhe interessavam?
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E quanto ao número de passageiros? Quando nos dizem que para os dois TGV vai haver não-sei-quantos milhões de utilizadores (que os justificam), fico com a ideia que eles não são descontados nas contas dos futuros voos para Madrid e Porto. Mas também reconheço que isso não é grave, pois já me enganaram com coisas muito piores.
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Conheço pessoalmente o Professor Galopim de Carvalho, e custa-me a engolir que menosprezem as opiniões dele, especialmente comparando com a valorização dada aos jovens da Quercus - que Mário Lino até convidou para almoçar.
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Etc., etc.
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Mas a explicação para todas essas dúvidas e tropelias é muito simples:
Tratando-se - queiramos ou não - de um decisão política, os "estudos" até podem vir DEPOIS, pois "só interessam os que interessam", como sucede com os pareceres que os governos pedem aos juristas, e de que só aproveitam os que "confirmam o que, antes, já foi decidido"...

Carlos Medina Ribeiro ( Sorumbático )

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